A
linguagem LOGO tem mais de 25 anos. Durante esse tempo passou por
diversas fases: foi concebida nos anos 60, gestada nos anos 70, caminhou
pelos anos 80, atingiu a maioridade nos anos 90 e terá sua real
maturidade atingida na virada do século (Papert, 1991).
Nesse período, tanto a linguagem como a própria metodologia de seu uso
passaram por modificações e adaptações, acompanhando assim o
desenvolvimento pedagógico e tecnológico que passámos nos úlimos anos.
Quando foi desenvolvida ela foi considerada bastante arrojada, colocando
à disposição dos alunos recursos gráficos pouco comuns e usados quase
que exclusivamente no meio computacional.
Hoje, com a disseminação dos recursos visuais e gráficos, presentes em
praticamente todos os softwares, o grafismo deixou de ser a inovação do
LOGO. Enretanto, a metodologia de uso desta linguagem e a proposta
pedagógica que a partir dela é possível implementar - a estética do LOGO
- ainda são consideradas bastante revolucionárias e inovadoras, a ponto
de serem consideradas um grande desafio, mesmo para aquelas escolas
pedagogicamente mais avançadas.
A estética do LOGO consiste em aprender através do processo de "ensinar"
o computador. "Ensinar" o computador exige que o aluno utilize conteúdos
e estratégias no processo de programar a resolução de um problema ou
projeto.
Primeiro, a interação com o computador através da programação requer a
descrição de uma idéia, em termos de uma linguagem formal e precisa.
Essa descrição permite ao aluno representar e explicar o nível de
compreensão que possui sobre os diferentes aspectos envolvidos na
resolução de um problema.
Segundo, o computador executa fielmente a descrição fornecida.
O
"feedback" fiel e imediato é desprovido de qualquer animosidade ou
afetividade que possa haver entre o aluno e a máquina. O resultado
obtido é fruto somente do que foi a ela solicitado.
Terceiro, este resultado obtido permite ao aluno refletir sobre o que
foi solicitado ao computador.
Finalmente, se o resultado não corresponde ao que era esperado, o aluno
tem que depurar a idéia original através de conteúdo ou de estratégia.
O programa do computador nada mais é do que a descrição das idéias do
aluno em termos de uma linguagem precisa e formal.
A
filosofia construtivista que dá suporte aos pressupostos educacionais do
Logo, e não apenas dele, pois trata-se de um dos paradigmas das idéias
pedagógicas, ou seja: o paradigma que vê a educação com um processo de
desenvolvimento do ser humano, o qual, em condições adequadas obtém o
afloramento das suas reais potencialidades, obtendo ao final deste
processo, um ser autônomo, que aprende por si próprio, dado que aprendeu
a aprender por meio de um processo de investigação, descoberta e
invenção, construindo portanto sua própria aprendizagem. Do paradigma
centrado no ensino passa-se para o paradigma centrado na aprendizagem;
essa mudança de paradigma não consegue ser aplicada na maioria de nossas
escolas através de outros meios e outras ferramentas já conhecidos,
imaginemos então as reais dificuldades para verdadeiramente praticar os
pressupostos desse paradigma, quando necessita-se que o professor
aprenda e domine uma nova linguagem, tão diferente do material com que
vem trabalhando, e ainda aplique aquilo que muitas vezes não consegue
fazer nem com o que já domina plenamente.
Seymour Papert trabalhou com Piaget durante cinco anos, com a atenção
voltada para as crianças, a natureza do pensamento e como as crianças se
tornam pensadores. Em 1964, mudou-se para o MIT (Massachussets Institute of
Technology - EUA), um mundo de cibernética e computadores. Sua atenção ainda
estava focalizada na natureza do pensamento, mas agora se volta à
preocupação imediata relacionada ao problema da Inteligência Artificial1:
como fazer máquinas que pensem?
A partir da reflexão simultânea de como as crianças pensam... QUER
CONTINUAR? leia
http://tecnologiasnaeducacao e em
tatipati.blogspot.com/2007/11/linguagem-logo-.(Tatiana Santos)
pro.br/revista/a1n1/art8.pdf
___
leia também: LINGUAGEM LOGO: EXPLORANDO CONCEITOS MATEMÁTICOS
Vanderlei
Rodrigues Gregolin
Professor Assistente Doutor da FCLAr/Unesp/Araraquara
e-mail: vgregolin@terra.com.br___
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